Com a diretora da Fundação WOW, Colette Bailey, e a diretora fundadora da Redes da Maré, Eliana Sousa Silva
Mesa de abertura do Festival para desejar as boas-vindas às participantes e apresentar o WOW Rio.
Com Benilda Brito e Olaolu Fajembola
Mediação: Profª Aline Regina Brito
Nessa conversa, as práticas pedagógicas se apresentam como territórios políticos. Da sala de aula à roda comunitária, do quilombo urbano às epistemologias da oralidade, as educadoras partilham experiências que deslocam o centro, ampliam o ensino e convocam a presença como ferramenta de transformação. São vozes que apostam na educação como construção de pertencimento, memória e criatividade. Um encontro para pensar outros modos de aprender e existir, onde escola, arte e vida caminham lado a lado.
Com Renata Lira, Adriana Mota e Giowana Cambrone
Mediação: Miriam Krenzinger
A mesa reúne pesquisadoras e ativistas para compartilhar experiências e metodologias voltadas à prevenção do feminicídio e à construção de alternativas no campo da garantia do direito à vida. A partir de diferentes contextos e práticas, discutem-se caminhos possíveis para transformar os cenários de morte em territórios de presença e dignidade.
Com Ìyá Bernadete de Oxóssi, Sarah Marques e Selma Dealdina
Mediação: Cinthia Mendonça
Mulheres se encontram para partilhar suas lutas em defesa do planeta e dos modos de existência ameaçados pela lógica do mercado e do extrativismo predatório. Esta conversa tece pontes entre ancestralidade, espiritualidade e resistência comunitária. Em comum, o enfrentamento ao apagamento dos saberes da terra e a afirmação de práticas que colocam o corpo, o território e o bem viver no centro da luta pela vida.
Com Carmen Silva (MSTC), Luna Arouca, Maíra do MST
Mediação: Mariana Aleixo
Em um país onde a fome ainda é um dos grandes desafios para a superação da pobreza, e a insegurança alimentar atinge milhões de pessoas, mulheres de diferentes territórios estão na linha de frente construindo alternativas concretas de sobrevivência e soberania alimentar. Das cozinhas comunitárias urbanas às experiências agroecológicas do campo, esse diálogo reúne lideranças que enfrentam a lógica da escassez com organização popular, solidariedade e autogestão. Mais que resposta emergencial, as cozinhas são territórios de resistência onde se disputa o direito à terra, ao alimento, ao cuidado e ao futuro.
Miriam Generoso é uma mulher negra, favelada, moradora e articuladora territorial do Morro da Providência, onde idealizou o espaço socioeducativo Casa de Afetos das Mulheres da Providência. O espaço utiliza o diálogo, a escuta, a fala e as redes de afetos como ferramentas de fortalecimento de mulheres em vulnerabilidades.
Facilitação: Luciano Ramos
Oficina formativa voltada a profissionais da saúde, educação e assistência social que atuam com crianças, adolescentes e jovens. O processo busca articular conhecimentos e práticas sobre equidade de gênero, saúde sexual e reprodutiva e corresponsabilidade masculina. Ao final da formação, cada participante será convidado a elaborar um Plano de Ação com atividades pedagógicas aplicáveis em seus territórios de atuação, fortalecendo redes de cuidado e prevenção das violências.
A oficina convida a refletir sobre como a degradação ambiental e a negação dos direitos reprodutivos fazem parte de um mesmo sistema de opressão e se entrelaçam. No primeiro momento, serão compartilhadas informações e vivências sobre a interseção entre justiça climática e reprodutiva. Em seguida, passamos à criação: mulheres se expressam pintando manequins femininos, transformando corpos em territórios de resistência. O processo culmina numa exposição aberta, onde cada obra faz uma metáfora dos corpos como territórios, transformando-os em suportes de denúncia, memória e esperança, ampliando o diálogo para além do grupo participante.
Com Tia Nice do Organicamente Rango
Cleunice Maria de Paula, a tia Nice, é chef de cozinha, líder comunitária e embaixadora da cozinha orgânica na região de Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo, onde está à frente do restaurante Organicamente Rango. Um dos focos de Tia Nice é oferecer alimentos orgânicos para a periferia a preços acessíveis e da sua horta com plantas alimentícias não convencionais (PANCS) saem a base para receitas de comida ancestral.
Com Stella Moutou e Natty Montella
Essa oficina apresenta o universo do Gwoka, prática cultural que reúne música, canto e dança sobre os tambores Ka e também outros ritmos tradicionais da ilha. Nascidas da resistência de pessoas escravizadas, essas expressões seguem vivas como práticas de memória, ancestralidade e celebração coletiva. A oficina convida participantes a experimentar os fundamentos rítmicos e corporais dessas danças, explorando a potência do corpo em diálogo com o tambor.
Com Eliana Sousa Silva e Jurema Batista | Mediação: Andreza Jorge
Um encontro entre mulheres que entendem a favela como lugar de resistência, criação e transformação. Eliana Sousa Silva e Jurema Batista, importantes lideranças das lutas comunitárias no Rio de Janeiro, compartilham experiências de mobilização política. Uma troca sobre os desafios enfrentados e seus pensamentos sobre o futuro.
A jornalista Ana Paula Brasil é gerente de Responsabilidade Social na Globo e trabalhou por 20 anos nos principais telejornais da empresa. Formada pela UFRJ, tem pós-graduação em Responsabilidade Social e Terceiro Setor pela mesma universidade.
Com Yémendja Abatuci
Yémendja Abatuci é artista sonora da Martinica que trabalha com voz, instrumentos, materiais e ambientes para criar arquivos sonoros e composições imersivas. Utiliza captações do seu entorno e vozes para construir narrativas e musicalidades que conectam experiências pessoais à memória coletiva. Nessa conversa, a artista vai compartilhar sua intenção artística e seu trabalho com mulheres.
Oficina
Oficina Corpo Cria
Com Camila Rocha
Camila Rocha é pessoa não binária da Rocinha, atriz, performer, diretora de movimento, pesquisadora em dança e cria do grupo Nós do Morro. Nessa oficina, usa o BPM do funk como base metodológica. Inspirada na peça performativa Becos de veias, a atividade conecta memória, ancestralidade e resistência, propondo uma contranarrativa poética sobre a favela, combinando teoria e prática, danças negras e populares brasileiras. É um convite a jovens e adultos a experimentar o corpo que pulsa, vibra e escreve sua própria história.
Com Raphaëlle Rinaldo e Clarisse Ansoe-Tareau
Raphaëlle Rinaldo é diretora da SEPANGUY, principal associação de proteção ambiental na Guiana. Doutora em engenharia, foi responsável científica do Parque Nacional da Guiana, com um trabalho de ponte entre ciências, instituições e populações. Caribenha por origem e guianense de coração, conecta saberes acadêmicos, práticas populares e culturas crioulas e indígenas para repensar as relações com os territórios.
Originária da comunidade Maroon Ndjuka, na Guiana, Clarisse Ansoe-Tareau é mediadora cultural, científica e de saúde. Especialista em línguas e práticas bushinengue, atua pelo reconhecimento e pela transmissão de patrimônios imateriais que articulam saberes ancestrais e desafios contemporâneos, incluindo conhecimentos relacionados às plantas medicinais e à biodiversidade.
Com Ana Paula Germano, Amanda Lyra, Maria Antônia Goulart | Mediação: Lu Viegas
Como criar cidades que acolham e celebrem a potência das diferenças? Esse debate propõe refletir sobre o capacitismo e suas barreiras — físicas, sociais e simbólicas — e sobre a urgência de transformar a cidade em território de pertencimento. Entre políticas públicas, práticas comunitárias e experiências cotidianas, o debate pauta a acessibilidade para corpos diversos.
Com Nara Menezes, Caren Paola Inofuentes, Ana Beatriz Sousa | Mediação Carla Angelini
A luta pelo direito ao aborto atravessa fronteiras e conecta ativismos em toda a América Latina. Enquanto em alguns países avanços recentes ampliam a autonomia de pessoas com útero, em outros contextos cresce o conservadorismo que insiste em criminalizar e silenciar esse debate. Esta mesa reúne ativistas e pesquisadoras para compartilhar estratégias de resistência, experiências de mobilização social e articulações regionais que defendem o aborto como questão de justiça social.
Com Carmem Costa, Miriam Generoso e Giulia Luz | Mediação: Myllenne Fortunato
Esta roda reúne mulheres que atuam no cotidiano de favelas construindo redes de apoio, enfrentamento à violência e estratégias para justiça. Entre desafios estruturais e potências coletivas, compartilham caminhos construídos na escuta, no afeto e na mobilização política de base. Uma conversa sobre o que é fazer justiça em um país onde o direito não atinge um conjunto da população e como, apesar dos muitos desafios, mulheres organizadas reinventam o cuidado como ferramenta de transformação social.
Com Majô Pinho, Dayana Gusmão e Mônica Benício | Mediação: Jaqueline Andrade
Quando mulheres amam mulheres, desafiam narrativas hegemônicas e criam novos modos de existir. Esta conversa reúne vozes que atravessam o campo do afeto e da política para afirmar a centralidade das mulheres lésbicas e LGBTQIAPN+ na luta por direitos, reconhecimento e dignidade. Entre memórias, corpos e territórios, falamos de amor como insurgência, visibilidade como sobrevivência e gênero como campo de disputa e reinvenção.
Com Conceição Evaristo, Castiel Vitorino e Génova Alvarado | Mediação: Carmen Luz
É no cruzo entre ancestralidade e presença que emergem novas formas de narrar, pensar e existir. A encruzilhada é um princípio de travessia e invenção. Lugar onde os tempos se dobram e diversos saberes se encontram. Esta mesa nos convida a reconhecê-la como metodologia criativa que subverte fronteiras, abrindo caminhos para outras epistemologias, negras, ameríndias, faveladas, múltiplas e insurgentes.
Mestra Japira Pataxó é pajé da aldeia Novos Guerreiros, na Bahia, é reconhecida por preservar e ensinar os saberes tradicionais e as tecnologias e histórias do povo Pataxó. Também é autora do livro Saberes dos matos Pataxó e hoje atua como professora visitante na Universidade Federal da Bahia, onde, em 2022, recebeu o título de Doutora em Educação.
Com Jovens Artivistas
Atividade de acolhimento e expressão voltada para meninas e mulheres, que serão convidadas a criar bandeiras e cartazes como forma de manifestar suas vozes, lutas e desejos. A proposta valoriza cada voz como parte essencial da construção coletiva e convida todas a se juntarem ao movimento das Jovens Artivistas, projeto que une arte e política para fortalecer o ativismo de jovens mulheres da Maré e do Alemão, na luta por justiça e transformação social, a partir de encontros com oficinas artísticas.
Com Paulo Ricardo Azevedo, Jonas Maria e Jéssica Lima Trindade | Mediação: Luciano Ramos
O encontro propõe um diálogo aberto sobre as múltiplas formas de viver e expressar as masculinidades, reconhecendo suas relações com as violências de gênero, os direitos sexuais e reprodutivos e o cuidado. A roda afirma a diversidade como princípio fundamental e convida à reflexão sobre práticas cotidianas que possam promover equidade e novas formas de ser homem, em diálogo com a comunidade.
Bernadete de Oxóssi é yalorixá, camponesa, periférica e coordenadora do Movimento Negro Unificado. Fundou o Coletivo de Mulheres Sementes de Marielle, é militante da Teia dos Povos e presidenta do PSOL em Ilhéus. Também atua como coordenadora de Povos Tradicionais da APA da Lagoa Encantada e Rio Almada.
Com Taísa Machado, Mariluz, Aline Maia e Idayá Oliver
O time de quatro artistas da dança, com foco no funk, rebolado e passinho, se junta, nessa oficina, para oferecer ao público uma experiência de coreografia, memória e celebração. Com chancela da plataforma Afrofunk Rio, o quarteto repassa a história do funk carioca, mostrando o protagonismo das mulheres, enquanto ensina à turma passinho, rebolado e outras linguagens de dança que marcaram diferentes gerações.
Com Gabrielle Monteiro
Na oficina oferecida pelo projeto Maré de Belezas cada participante terá a oportunidade de vivenciar a prática de amarração e estilização de turbantes. Durante a experiência, será possível fazer nós das heranças africanas, conhecer significados e suas atualizações na afrodiáspora brasileira. A prática mostra como as corporeidades negras oferecem possibilidades de refazimento das identidades negras, historicamente massacradas e interditadas pela colonialidade patriarcal.
Com Helena Theodoro, Mirian Torres e Natty Montella | Mediação: Djamila Delannon
A proposta dessa mesa é refletir sobre o carnaval, as festas populares e as práticas artísticas como lugares de memória, resistência e invenção no mundo afrodiaspórico. A partir de experiências em territórios diversos, a ideia é discutir como o espírito festivo mobiliza ancestralidade, corporeidade e coletividade, criando formas de enfrentar violências históricas e de afirmar modos de existência. O encontro destaca a potência política da festa e sua capacidade de articulação comunitária, de produção de saberes e de reinvenção de mundos possíveis.
Com Nil Quivar e Anne Leduc
A oficina propõe um espaço de reflexão e prática coletiva a partir do diálogo entre educação popular e perspectivas ecofeministas. As participantes serão convidadas a partilhar experiências, saberes e estratégias de resistência que conectam corpo, território, meio ambiente e justiça social e fazer conexões entre a Maré e a Martinica.
Com Allenkr Soares
A oficina Corpo Imagem é uma provocação a novos estímulos e olhares inspirados na imaginação radical negra. Propõe um exercício de escape das lógicas sistematizadas do cotidiano, abrindo espaço para criar, reinventar e experimentar. A prática convida a sentir, olhar e imaginar coletivamente: olhar para quem dispõe da visão, sentir para quem percebe o volume, imaginar a partir de sons, cheiros, texturas e de tudo aquilo que nos afeta. Inspirada na dança afro-primitiva e na dança contemporânea, a oficina propõe descobrir novas formas de falar com o corpo, expandindo a percepção e a expressão de si e do coletivo.
Com Juh Barbosa
Nessa oficina, idealizada pela designer, ilustradora e serigrafista Juh Barbosa, os participantes vão experimentar o processo de impressão manual em papel, criando cartazes autorais, enquanto exploram cores, texturas e composições. Sem necessidade de experiência prévia, a proposta é vivenciar a prática, de forma criativa e coletiva. Ao final, cada participante poderá levar seu cartaz.
Nascida em Santo Estêvão (BA), Carmen Silva mudou-se para São Paulo com oito filhos em busca de melhores condições de vida e ajudou a fundar o Movimento dos Sem-Teto do Centro (MSTC) e a Ocupação 9 de Julho. Atua como professora e assessora-chefe de Participação e Diversidade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Com Danielle Silva, Elenia Cardoso e Luana Fontel | Mediação: Lian Tai
Maternar é um gesto coletivo. Uma rede que se constrói nas ruas, nas universidades e em muitas formas de convívio. Essa conversa convoca um olhar sensível para os desafios cotidianos do cuidado, a urgência de políticas de acolhimento e a construção de espaços onde mães e crianças possam existir com escuta e afeto.
Com Cristina Quirino, Desirée Azevedo e Natasha Neri | Mediação: Marcela Cardoso
Em muitos territórios de favela, a investigação de crimes é atravessada por práticas de ocultamento que dificultam a produção de provas e a responsabilização dos envolvidos. Corpos retirados antes da perícia, vestígios apagados ou manipulados e a ausência de agentes especializados na cena são exemplos de um processo sistemático que silencia histórias e protege violências. Diante disso, o campo das ciências forenses — incluindo a arquitetura — aparece como uma ferramenta fundamental para reconstituir acontecimentos e ampliar as possibilidades de acesso à justiça e à reparação.
Com Ìyá Márcia de Ogun, Dandara Suburbana e Ìyá Paula de Odé | Mediação: Ekedi Fabiola Machado
Em tempos de avanço do fundamentalismo e da intolerância religiosa, as espiritualidades de matrizes africanas seguem enfrentando o racismo em seus corpos, terreiros e comunidades. Esta mesa reúne mulheres que mantêm viva a força dos orixás em territórios marcados por violências históricas. Compartilhando práticas que destacam a importância da cultura afro-brasileira, esse encontro afirma a centralidade das espiritualidades negras na luta por território.
Com Sabrina Azevedo, Ytxaha Braz, Raquel Marreiro e Lua Brainer | Mediação: Cathy Mcllwaine
Esta roda reúne jovens artistas que fazem da palavra, da imagem e do corpo ferramentas de reivindicação e transformação. Suas práticas nascem do confronto com as injustiças e da vontade de reinventar o mundo. Entre poesia, performance e outras linguagens, produzem novas narrativas, mobilizando e abrindo caminhos para fabular outros futuros no aqui-agora.
Reparação é justiça social para todas as mulheres
Com Anielle Franco, Clarisse Taulewali da Silva e Macaé Evaristo | Mediação: Cristiane Brandão
Falar de reparação é imaginar estruturas onde o cuidado, a equidade e a liberdade sejam garantidos como direitos. É pensar políticas que nascem no cotidiano e ganham fôlego nas agendas de instituições que podem contribuir para avanços na proteção de mulheres. Uma conversa sobre passado, presente e porvir que se entrelaçam na busca por um tipo de justiça que reconheça as violências históricas e valorize nossas potências.
Michelle Gandra é cozinheira e instrutora do Maré de Sabores, projeto que promove geração de renda e inclusão social para mulheres da Maré, no Rio de Janeiro. Começou no projeto como aluna e hoje atua como coordenadora do buffet Maré de Sabores, um negócio social, e na formação de profissionais em gastronomia. É reconhecida pelo seu trabalho de empoderamento feminino através da culinária.
DJ Tamy, cria da Zona Norte do Rio, é uma das principais representantes femininas do hip hop e da música negra no Brasil. Já passou por grandes festivais, marcas e programas de TV, além de ser premiada como Melhor DJ de Hip Hop pelo WME Awards. Nessa oficina, vai conduzir uma introdução básica à mixagem, com técnicas simples, abordando velocidade da música, contagem de compassos e repertório.
Com Cynthia Phibel, Jessica Laguerre, Natty Montella e Stella Moutou
A obra com artistas de Guadalupe é composta por intervenções que combinam partilhas de leituras, performances e trocas no círculo da palavra cocriadora. A instalação, que evoca o espírito de comunidade e solidariedade da cultura guadalupense, acontece em torno de um círculo formado por pequenos bancos (tiban), dispostos numa roda, ao som de ritmos como tambor Ka, Gwoka e léwòzm (percussão tradicional). Músicas e cantoras convidam o público a participar. O tiban guadalupense simboliza proteção, sabedoria e conexão com os ancestrais.
Dona Mariza Nascimento é nordestina, liderança comunitária do Complexo do Alemão, técnica em Agente Comunitária de Saúde, inconformada com as condições de vida nas favelas.
Com Leticia Guimarães, Gabrielly Martins e Thaynara Fernandes | Mediação: Anna Carolina Fraga
A crise climática não afeta todos da mesma forma; nas favelas, seus impactos se entrelaçam a desigualdades sociais e raciais históricas. Nessa roda, jovens que vivem e atuam nesses territórios compartilham suas experiências que colocam a justiça climática como um urgente debate, refletindo sobre a construção de alternativas políticas capazes de transformar realidades e garantir um futuro às próximas gerações.
Com Jurema Batista, Joana Angélica e Heloisa Marcondes | Mediação: Andreza Jorge
Nessa roda, encontram-se mulheres que foram e seguem sendo pilares da organização política nas favelas do Brasil. Referências históricas no ativismo de base, elas estiveram na emblemática reunião de Bertioga nos anos 1980 — marco na articulação de mulheres faveladas em torno de pautas urgentes como moradia, saúde, justiça e segurança. Com trajetórias que atravessam décadas, enfrentaram ditadura, ausência de políticas públicas, apagamentos institucionais e as múltiplas formas de violência racial e de gênero. Hoje, seguem semeando cuidado, memória e luta em seus territórios. A conversa será um tributo vivo às que vieram antes e seguem abrindo caminhos.
Com Pabla San Martin, Mestra Japira Pataxó, Edneide Pereira e Clarisse Ansoe-Tareau| Mediação: Aline Cipriano
Esse encontro destaca práticas de cuidado entre mulheres, conectando saberes ancestrais e evidenciando como a transmissão de conhecimento pode fortalecer comunidades. As convidadas ressaltam a importância da memória e da continuidade de práticas intergeracionais na promoção da saúde e na criação de espaços de cuidado e proteção para mulheres, reafirmando saberes coletivos que atravessam gerações.
Com Luyara Franco, Benny Brioli e Juliana Marques | Mediação: Lia Manso
Essa mesa convida a refletir sobre a importância da presença feminina no campo da política institucional — presenças ainda minoritárias, mas fundamentais para tensionar desigualdades históricas e abrir novas perspectivas de participação social. O encontro destaca práticas que fortalecem a coletividade e revelam o protagonismo das mulheres negras na formulação de agendas transformadoras, apontando para a construção de uma democracia mais plural, enraizada e viva.
Com Sarah Marques, Thuane Thux e Jurema Werneck | Mediação: Eliane Brum
Um diálogo que reúne mulheres com vivências e origens distintas para compartilhar visões de mundo ancoradas no cuidado, na escuta e na ação coletiva. A partir de saberes construídos na relação com seus territórios, com a ancestralidade e com formas de resistência cotidianas, a conversa propõe uma reflexão sobre os impactos da crise climática e as múltiplas formas de enfrentamento já em curso.
Com Mulheres ao Vento
Criado em 2016 por Andreza Jorge e Simonne Alves, o Mulheres ao Vento é um projeto de dança antirracista de base comunitária com foco na produção artística e ativista de mulheres no Conjunto de Favelas da Maré. Inspirado e adaptado a partir de um dos itans (lendas) do orixá Nanã, A terra que piso é Maré narra histórias que acontecem na Nova Holanda, uma das 15 favelas da Maré, onde mulheres protagonistas da luta e da transformação se tornam a base e o coração do território.
Caroline Amanda é cientista social, psicanalista e especialista em saúde íntima, reprodutiva e sexual. É fundadora da Yoni das Pretas, primeira comunidade no Brasil a integrar saúde, conhecimento, cuidado e prazer, de forma emancipatória para o bem-viver — para quem cuida e merece ser cuidada.
Cria da Zona Norte do Rio, DJ Tamy é uma das principais representantes femininas do hip hop e da música negra no Brasil, idealizadora do movimento #BlackPopMusic, que ressignifica a presença da Black Music no mainstream. Seu single Nada me para une R&B, pop e rap, ao lado de Anchietx e Becca, e o EP Baile da Tamy (2024) é uma celebração das sonoridades periféricas, do poder feminino e da cultura urbana.
A cantora e compositora carioca mostra toda a sua versatilidade artística, passeando por R&B, soul music e afrobeats, sem deixar a MPB de lado. Depois dos sucessos LadoB (2021) e do EP Lapa (2022), BIAB se prepara para lançar um novo álbum em 2026.
Aberta ao público - ver no mapa
Teatro de bonecos idealizado pela contadora de histórias Juliana Figueiredo, com enfoque nas temáticas étnicas raciais indígenas e africanas.
Com: Camila Zarite
Camila Zarite é atriz e contadora de histórias negras, que utiliza brinquedos pedagógicos afrocentrados, resgatando a ancestralidade negra no projeto educacional Akoko Nan Educação.
Aberta ao público
Com: Camila Zarite
Camila Zarite é atriz e contadora de histórias negras, utiliza brinquedos pedagógicos afrocentrados, resgatando a ancestralidade negra no projeto educacional Akoko Nan Educação.
Teatro de bonecos idealizado pela contadora de histórias Juliana Figueiredo, com enfoque nas temáticas étnicas raciais indígenas e africanas.
Regards Croisés Féminins Créoles. O espaço funciona como um convite a se conectar com a diversidade desses territórios e será atualizado em tempo real durante os dois dias do Festival WOW.
Com Cedex
Cedex, artista contemporâneo da Guiana, realiza uma pintura ao vivo em frente à Casa Preta. Sua prática, atravessada por uma perspectiva queer e decolonial, entrelaça cartografias íntimas e coletivas da identidade. Ao longo de dois dias, Cedex realizará uma pintura in situ, em diferentes momentos do dia, criando também oportunidades de troca com o público sobre seu processo criativo.
Com Cynthia Phibel, Jessica Laguerre, Natty Montella e Stella Moutou
Lèspri Lakou: O círculo das vozes consiste em intervenções que combinam partilhas de leituras, performances e trocas no círculo da palavra cocriadora. A instalação evoca o espírito de comunidade e solidariedade presente na cultura guadalupense e será organizada em torno de um círculo formado por vários tiban, dispostos segundo o Lawonn (a roda, em créole), espaço circular do léwòzm, ritmo de percussão tradicional de Guadalupe. Em torno do KA e do GWOKA, músicos e cantores (tanbouyé e chanté) convidam o público a participar. O tiban guadalupense, um pequeno banco, com seus significados culturais e espirituais, simboliza proteção, sabedoria e conexão com os ancestrais.
O podcast inédito Visão de Dentro, lançado pela Redes da Maré, analisa e debate o papel das ciências forenses na luta por justiça para vítimas da violência de Estado. O conteúdo revela ainda os bastidores das dinâmicas das operações policiais, que provocam violações e impedem o acesso à segurança pública como um direito nesses espaços e o cumprimento da justiça. O podcast lança luz sobre a sistemática ausência de produção de provas, como as perícias de local em homicídios decorrentes de operações policiais em favelas, e suas consequências para o acesso à Justiça.
O Circuito CliMaré é um convite do Eixo de Direitos Urbanos e Socioambientais para uma caminhada pela Mare? com olhos atentos e ouvidos abertos. Durante o percurso, a proposta é conversar sobre desafios urbanos e socioambientais que atravessam a vida de quem vive na favela, como a falta de saneamento, o acúmulo de lixo e as ilhas de calor, mas também vislumbrar respostas criativas frente à crise climática. O circuito inclui a visita a um telhado verde, a um biodigestor e a composteiras, projetos realizados pela Redes da Mare.
Com Maiara Oliveira, Ana Paula Oliveira e Bruna Silva | Mediação Maria Tereza Cruz
Esse painel reúne mulheres que transformaram suas experiências em luta por justiça e reparação frente à violência armada. Inspirado na primeira temporada do podcast Visão de Dentro, o painel amplia para o espaço público as narrativas sobre os impactos das operações policiais em Manguinhos e na Maré, e as estratégias de enfrentamento a um sistema de justiça que insiste em falhar desde suas etapas iniciais. Mais do que testemunhos, este é um espaço de memória e mobilização coletiva, reafirmando a importância da investigação e da perícia de local como passos fundamentais para que a justiça se torne possível.
Em 2025, a Redes da Maré, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), realizou a pesquisa Infâncias na Maré — impactos da violência armada na saúde e imunização, que investigou como a violência armada e o racismo institucional afetam o direito à saúde de gestantes e crianças de 0 a 6 anos no Conjunto de Favelas da Maré. O estudo reúne dados sobre acesso ao pré-natal e à imunização, com base em entrevistas, grupos focais, observação em campo e análise de informações secundárias. O objetivo é evidenciar as barreiras impostas pela violência armada e como comprometem a continuidade do cuidado e a cobertura vacinal, além de apontar os efeitos emocionais e psicológicos vividos pela população da Maré.
Com: Flávia Antunes Michaud (Chefe do escritório do Unicef no Rio de Janeiro) e Luna Arouca (Núcleo de Acompanhamento Institucional/Redes da Maré)
Com: Carolina Dias (Coordenadora do eixo Direito à Saúde da Redes da Maré); Tatiana Dias (Especialista em Saúde e Primeira Infância da Unicef); Representante da Secretaria Municipal de Saúde
Com Vanda Canuto, Tatiana Altberg e mulheres participantes do Elas em Cena
O Espaço Normal, referência em redução de danos na Maré, completa dez anos em 2025. Desde 2023, desenvolve o Elas em Cena, que envolve mais de 40 mulheres em situação de rua, usuárias de drogas e em contextos de extrema vulnerabilização, construindo estratégias de cuidado, com perspectiva de gênero. Do processo nasceram duas produções: o livro Elas em Cena: experiências de mulheres em situação de rua e de redução de danos na Maré (2024), com fotografia, entrevistas e artigos das redutoras de danos, e o filme A minha vida já é um filme, realizado em 2025, que mostra a convivência no espaço como dispositivo de cuidado e liberdade.
Com Mulheres em Movimento da Maré
A roda de conversa “Do Luto à Luta” será um espaço para ouvir as vozes de mulheres da Maré que tiveram suas trajetórias atravessadas pela violência do Estado. Essas narrativas foram reunidas no livro, organizado pela professora Eblin Farage e fruto da parceria entre a Casa das Mulheres da Redes da Maré e o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Favelas e Espaços Populares (NEPFE) da UFF. A publicação mostra como o luto pela perda de filhos e familiares pode se transformar em força de resistência e mobilização coletiva. No encontro, essas mulheres compartilham memórias, denunciam injustiças e afirmam seu protagonismo na luta por segurança pública e direitos, mostrando que não são apenas vítimas, mas pessoas que constroem caminhos de justiça, memória e vida.
A proposta é aprofundar perspectivas, ações e vivências de mulheres que atuam em seus territórios e/ou trazem a perspectiva de seus grupos sociais, para engajar a plateia e pluralizar as conversas.
Troca de ideias e opiniões sobre assuntos atuais de interesse das mulheres, para o aprofundamento de temas e ampliação de perspectivas.
Partilhas de experiências e práticas em encontros estratégicos, para a articulação de agendas políticas coletivas das mulheres.
Espaço de partilha das histórias inspiradoras de vida das convidadas com o público, para a celebração coletiva de trajetórias individuais de mulheres.
Atividades com o público guiadas pelas convidadas.
Programa da Temporada França-Brasil 2025, a iniciativa reúne convidadas de Guiana, Martinica e Guadalupe para trocas e intercâmbios.
Atividades pensadas pelo projeto que une arte e política para fortalecer jovens mulheres da Maré e do Alemão.
Eixo masculinidades, com reflexões sobre equidade de gênero, direitos reprodutivos e corresponsabilidade masculina para a transformação social.
Apresentação de projetos e ações que buscam a efetivação dos direitos fundamentais da população do Conjunto de Favelas da Maré.
Espaço de visibilidade para projetos e ações de ativismo de organizações parceiras, com encontro, oficinas e feira.
Atividades para as crianças nas bibliotecas.
Programação de shows.
Instalação, pintura ao vivo e performances.
Campeonato de futsal e corrida.
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